Mais um poema - "Fome"
As festas de fim de ano aproximam-se e com elas uma pequena pausa no blog. Mas não arranquem os cabelos, nem gritem de desesperação. No novo ano, o blog vai voltar e eu também! Com novos trabalhos e novas participações em concursos ;)
Esta última publicação é uma reflexão sobre o mundo e o que nele se passa. Desejo a todos os meus seguidores umas Boas Festas de fim de ano e atenção aos excessos :)
Fica aqui o meu último poema do ano, que nada tem a ver com o Natal, nem com o Ano Novo. Mas o seu objetivo é de pensarmos um pouco mais nos que no rodeia, e que muitas vezes está mais perto de nós do que pensamos!
Esta última publicação é uma reflexão sobre o mundo e o que nele se passa. Desejo a todos os meus seguidores umas Boas Festas de fim de ano e atenção aos excessos :)
Fica aqui o meu último poema do ano, que nada tem a ver com o Natal, nem com o Ano Novo. Mas o seu objetivo é de pensarmos um pouco mais nos que no rodeia, e que muitas vezes está mais perto de nós do que pensamos!
Fome
Vim a este mundo, sem pedir
Senti a aragem quente, na minha pele.
Tive fome e muita sede,
Gritei… parecia ninguém me ouvir
Abri os olhos, saí da escuridão envolvente
Para ver e alimento pedir!
“Só um pouco de leite para te saciar”
Li num rosto amável, que me fixava
Ocultando o olhar, chorava!
Procurei nos seus seios magros, secos
Com os meus lábios desidratados
O néctar da vida
Mas nada saía…
Chorei, em prantos amargos,
Pois sentia a vida, perder-se em pedaços
Fui embalado docemente,
Por braços finos, descarnados,
Fui fechando os olhos lentamente,
E adormeci, no choro, com fome e sede!
Sonhei que despertara num oásis, só
Repleto de paz e de amor
Onde não se sofre de fome,
Nem se respira o seco pó.
Ali, alimentar é rotina contínua,
Normalidade do dia a dia.
Ali, era chamado pelo meu nome!
Despertei, sobressaltado, transpirado,
desidratado
Vi bem o desespero
No rosto seco, de minha mãe, retratado
Parecia sozinha, só as moscas a acompanhavam
E dos seus olhos desnutridos,
Ausentes de vida e sentimentos,
Lágrimas salgadas jorravam.
Embalou-me de novo
Mas o meu corpo, não pedia sono
Acariciou-me a face fervente,
Beijou-me de leve, impotente
E voltei a adormecer
Desta vez, para sempre!
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