Certos ambientes, mesmo sendo deprimentes, são origem de inspiração. Este poema é um claro exemplo...


Manhã imperfeita

Manhã inconsistente, sem alma
Manhã enevoada, deprimente
Manhã de propícia criação,
Que com um sorriso pálido parece dar-me a mão

Manhã da névoa cerrada e do frio doentio
Me trespassa carne osso e sentido

Manhã que parece a morte trazer
E todo corpo decompor
Trazendo a alma envolta em dor

Da janela te contemplo, manhã inerte
Como se um sonho próximo e incoerente
Me consumisse…
Me cessasse lentamente o pensamento,
Imergindo-me num terrificante pesadelo
Que partindo da dor, se tornou imensamente belo!

Ai manhã putrefacta que não tens dura!
Foge do sol escaldante!
Foge, desaparece, esconde-te, dissolve-te!

Manhã que tudo e todos desagrada
Perde-te no calor da minha algibeira
Fruto maduro da minha inspiração,
Mesmo sendo uma manhã imperfeita,
Ela habitará para sempre o meu coração!








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