Vamos festejar halloween com um poema terrorífico?

Halloween

Noite, de negridão espessa, com a sua lua cheia,
As corujas, os sapos e as salamandras me observam,
As aranhas negras peludas e viscosas me rodeiam.

A bruxa maldita, com a sua verruga peluda, feia
No lume infernal a água turva fedorenta faz ferver
Para a minha carne lentamente amolecer,
Pedaço a pedaço saborear e os beiços sujos lamber

Eu impotente… na minha jaula preta, gordurenta, enferrujada…
A mil e sete chaves fechada.
Me despeço de mim, com o folego abafado…
Da minha alma, do meu ser, da minha carne tenra;
E da criança pequenina que espera como eu,
Quase ao meu lado,
O fim lento e amargo, desesperante e malfadado,
Na esperança última de alcançar o céu!

Ela olha-me, com o olho de vidro quase negro, espesso
Mostra-me a língua e os podres dentes
E ri-se do meu desespero

Já falta pouco, a água ferve!
Já falta pouco, para que me Deus me leve!
Já falta pouco e o meu corpo estremece!

Tudo se interrompe, de repente.

Penetra no meu senso um som estridente
Uma melodia conhecida parece não ter fim…
É o som do meu desesperante despertador!
Que me arranca do mórbido pesadelo,

Nesta manhã de Halloween!


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